Em 21 de agosto de 1898 era fundado o time que é “mais povo do que elite, mais tradição do que novidade, mais segurança do que aparência, mais clube do que time, mais vibração do que delírio, mais vigor do que agressão¹.” Clube que nos últimos anos pode não ter dado muitas alegrias à sua torcida, mas, que ainda goza de muito prestígio com a mesma devido às muitas alegrias do passado, o time do Barbosa e do Andrada, de Mauro Galvão e Beline, o time de Roberto Dinamite e Romário, de Edmundo e Bebeto, o time do Chico Anisio e do "Rei" Roberto Carlos, o meu time, o time da "Turma da Fuzarca".
No ano de 1923 um clube com até então 25 anos de fundação com um elenco formado basicamente por jovens pobres, negros e mulatos vencia o Campeonato Carioca, esse time era o Clube de Regatas Vasco da Gama. Os rivais incomodados com os negros do time resolveram unir forças contra o Vasco, ao ponto do time ser proibido de participar de campeonatos estaduais. Numa época em que o racismo imperava no futebol brasileiro o Vasco foi o primeiro time a lutar contra esta prática. (no Fluminense, por exemplo, um jogador mulato teve que disfarçar sua cor com pó-de-arroz por medo de ser rejeitado pela torcida do time.)
O Vasco foi três vezes vice-campeão brasileiro, duas vezes vice-campeão mundial e uma vez vice da Copa do Brasil, porém, sua fama de “vice” só tem origem a partir das três perdas seguidas do Campeonato Carioca para o Flamengo nos anos de 1999, 2000 e 2001. Mas, ao contrario do que se imagina o Vasco não é o time com o maior número de vice-campeonatos estaduais do Rio de Janeiro, esse “titulo” é do “Mengão” que foi vice-campeão estadual 31 vezes.
Os torcedores do Flamengo gostam de fazer piadinhas com o Vasco, mas, esquecem que todos os títulos do “Gigante da Colina” em Campeonatos Brasileiros foram vencidos dentro de campo, o que não é o caso da Copa União de 1987 conquistada pelo Sport Recife e “dada” de presente ao time da Gávea 24 anos depois. Fazem questão de esquecer também o Gol do Juninho Pernambucano contra o River Plate em pleno Estádio Monumental pela libertadores da América de 1998, não lembram da virada histórica do Vasco pra cima do Palmeiras na final da Mercosul de 2000 quando o time já perdia por 3 x 0, do “show” de Edmundo em cima do próprio Flamengo na Semifinal do Campeonato Brasileiro do 1997, do passeio sobre o Manchester United no Maracanã pelo Mundial Interclubes e do retorno espetacular à série “A” do Brasileiro após o golpe mais duro da história do clube.
O Vasco é o time que deu oportunidades iguais a negros, mulatos, operários, ricos e pobres, o Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor, o Vasco tem muitos títulos, mas, sua história é o maior deles e não serão vice-campeonatos que a apagarão.
O Vasco da Gama é muito mais que um time, é um sentimento.
Por Luiz Carlos Júnior – O sentimento nunca acaba!
¹Trecho da Crônica “Ser Vasco” de Artur da Távola.
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