Nos últimos anos, cada vez mais, ouvimos frases como: “não estou mais feliz”, “preciso reencontrar minha alegria de jogar futebol”, “não tenho mais clima aqui”... Mas será que isso realmente funciona, ou toda vez que um jogador entra em “má fase” apenas utiliza deste artifício para justificar tal momento?
Particularmente eu realmente entendo o esporte como sendo essencialmente de “cabeça”, em qualquer atividade esportiva se você não está concentrado para realizar o seu papel não conseguirá atingir o seu melhor. Junto com isso vem alegria pela prática de tal esporte, sem a felicidade pela realização de certa atividade o atleta ficará sempre naquele marasmo da obrigação, lhe faltará o algo a mais responsável pela superação das dificuldades do ofício, principalmente em esportes de alto rendimento.
No futebol esta realidade não é diferente, com a maratona de concentrações, viagens, restrições alimentícias, e “festivas”, uma rotina capaz de irritar qualquer um que não ame aquele exercício. E, juntando todos esses fatores, com a exigência física aumentando a cada dia, temos a necessidade da felicidade em “estar ali”, naquele clube, com aquela torcida, que pode ser sentida naquele êxtase ao entrar em campo, na vibração de um gol, nos cantos das torcidas... Enfim, na paixão que é o futebol.
Entretanto, sem o fascínio tudo que se tem são atletas insatisfeitos, sem a tal “alegria”, que já não suportam aquele treino, aquele mesmo hotel, mesmo estádio, ou até a mesma cidade. Aí vêm as famigeradas frases que citei no início...
Sendo assim, o melhor que um clube tem a fazer é realmente negociar o jogador. Talvez, para o clube, financeiramente não seja um bom negócio, mas ter alguém que não respeita sua tradição e, principalmente, não rende ao entrar em campo, com certeza também não é um grande negocio. Temos grandes exemplos de atletas que estão bem, porém, de repente, cai o rendimento e não consegue mais retornar o bom futebol, desaprendeu a jogar? Não, talvez uma mudança de ares o faça bem...
Diversos casos concretos dão base para esta minha opinião. Talvez um dos casos mais notórios tenha envolvido o ex-jogador Neto, adquirido pelo Palmeiras junto ao Guarani, o jogador não foi bem no Palestra e entrou em conflito com o técnico Emerson Leão, do Palmeiras, que sugeriu sua troca pelo meia Ribamar, do Corinthians, com a passagem dos ares do Palestra para os do parque São Jorge, Neto teve seu auge no rival e se consagraria como um dos maiores ídolos da história dos Gambás, digo do Corinthians. Outro grande exemplo é base do Flamengo campeão brasileiro de 2009, quando chegaram à Gávea Adriano, Pet e Bruno não estavam nada bem nos seus antigos clubes, Inter de Milão, Atlético-MG e Corinthians, respectivamente, mas em 2009 levaram o rubro negro ao título brasileiro, com espetacular participação dos três.
Por Dérek Sthéfano
Nenhum comentário:
Postar um comentário