Neste domingo, gostaria de refletir sobre alguns pontos do nosso futebol. Desde que comecei a assistir futebol, ou seja, desde que nasci, o que sempre me encantou foi a ginga, os dribles mágicos, os belos gols, a vibração e irreverência de alguns jogadores em campo e, acima de tudo, a emoção das arquibancadas.
Entretanto, nos últimos anos, parece que os valores se inverteram... Os belos dribles estão cada vez mais raros, os jogos mais escassos de gols, os jogadores que entram em campo, me parecem, muitas vezes, apenas por obrigação (diga-se ótimo salário!), sem a alegria de estar em campo representando as gloriosas histórias dos nossos clubes. As belas jogadas foram trocadas por lances grotescos, dignos de vídeocassetadas, o toque de classe, foi substituído por carrinhos e lances violentos, que fazem até Anderson Silva, o spider-man do UFC, ficar com inveja.
E, quando surgem jogadores talentosos e irreverentes, que nos fazem relembrar nossa tradição, são “caçados”, por zagueiros adversários (tudo bem, desde que na lealdade). Coibidos, também, por regras impostas pela sempre “oportuna” FIFA, que visam unicamente proteger os seus patrocinadores. Levantou a camisa numa extrema euforia por ter marcado o gol da vitória num clássico? Huum... Isso pode te deixar de fora do segundo e decisivo jogo. No meio de semana, Neymar, um dos poucos craques do futebol brasileiro, acabou expulso de um jogo apenas por colocar uma máscara, com a própria imagem, após marcar um belíssimo gol contra o Colo-Colo. Qual o problema de um jogador por uma máscara, enquanto o jogo está parado? E os jogadores que usam bandana, ela faz parte do jogo?
Alem disso, há algum tempo, o mundo do futebol de modo geral está birrento, um simples drible pode virar uma grandiosa ofensa. Os poucos jogadores que tem habilidade com a pelota, não podem mais utilizar de sua capacidade, pois é um insulto ao rival, grosso e sem qualquer competência para realizar tal ação. Se passar o pé por cima bola é porque quer humilhar, agora o anti-jogo... Não vejo ninguém revoltado com isso, ninguém critica.
Torço para que essa onda de chatice se vá, que volte a alegria ao futebol! A emoção de está jogando futebol... E com ela voltem os Garrinchas, os Zicos, os Romarios, os Violas, os Edmundos... Enfim, o verdadeiro futebol brasileiro.
Por Dérek Sthéfano
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