segunda-feira, 20 de junho de 2011

DJ, Samba, Funk, Balada, Mulheres, madrugadas agitadas... Cadê o futebol Ronaldinho?

12 de janeiro de 2011, Gávea, Rio de Janeiro. Uma das maiores contratações da historia do futebol brasileiro é apresentada em sua nova casa e a sua mais nova legião de fãs, como afirmava o clube era “o maior jogador do mundo, se encontrando com o maior time do mundo”. Um extraordinário jogador e pop star do marketing, ídolo da juventude, carismático, recepcionado numa belíssima festa proporcionada pela Nação Rubra Negra. Samba, alegria e futebol, numa tarde calorosa no Rio...
  
Mas, antes daquele oba, oba! Daquela euforia, de toda a grandeza que representava o momento, palmeirenses, gremistas, e alguns corintianos, também sonharam em vivenciar aquela festa num outro espaço. Durante algumas semanas milhões de torcedores experimentaram um vastíssimo repertório de emoções...
Intrigas e amores, emoção e falsos anúncios, expectativa e frustração, churrasco e mais churrasco, um showzinho de Amy Winehouse no meio da angustia, depois mais churrasco e mais reunião, dinheiro e mais dinheiro. Foi assim, somente depois de uma novela à La Mexicana, que Ronaldinho Gaucho finalmente desembarcou no Clube de Regatas do Flamengo.
A negociação de R10 e Assis, irmão e empresário do jogador, com os clubes interessados foi voltada de controvérsias, durante toda a negociação três clubes afirmavam ter acertado com o empresário a contratação do jogador. Vira e mexe soava, de todos os lados, um “só falta anunciar”. A todo o momento o leilão, como muitos passaram a chamar a negociação, pendia para um lado diferente. E, no final, não faltaram acusações de que Assis estava usando os clubes de forma “imoral”, apenas para levantar a proposta pelo jogador, mesmo já tendo decidido qual rumo seguiria. Assim, duras críticas foram feitas ao fato do empresário negociar com três, ou quatro, grandes clubes ao mesmo tempo.
Certo é que os amantes do futebol não aguentavam mais esperar pelo final daquela novela. Todos queriam ver o craque em campo...
Apita pela ultima vez, neste domingo de clássico, o jogo entre Flamengo e Botafogo termina 0 a 0. Alguns minutos antes... Uuuuuuuuuuuu Uuuuuuu as vaias ecoam no engenhão. Ronaldinho é substituído por Negueba e a torcida não perdoa a péssima atuação do R10. Para a grande maioria dos torcedores, este zero do placar final, bem que poderia ser a nota atribuída a ele no clássico. Pera aí, se o time quase todo foi péssimo por que só vaiou o Gaúcho? Temos que voltar um pouco no tempo.
Quando ainda decidia pelo seu futuro, muitos da imprensa afirmavam que Assis queria que ele fosse para o futebol paulista, no caso o palmeiras, por entender que profissionalmente traria mais frutos, por causa da estrutura e do futebol mais “firme” comandado por Felipão. No entanto, Ronaldinho, amante do bom e velho samba, preferia a cidade maravilhosa, um lugar mais tranquilo, em relação à estressante vida na capital paulista, Rio onde mora o seu filho, Rio do Flamengo, clube de maior torcida do país que poderia lhe dar um status maior de ídolo nacional, e, claro, o berço do samba, paixão nunca escondida pelo atleta.

O problema é que o entusiasmo inicial da torcida foi passando, o louros advindos do marketing nunca apareceram na medida esperada, os resultados do time em campo ainda muito longe da esperança depositada pelos torcedores, exemplo disso foi a eliminação prematura para o Ceará na Copa do Brasil, e, ainda, o futebol apresentado pelo jogador foi ficando cada dia mais escasso, para não dizer pífio.
Além disso, para completar, as baladas foram aumentando. Capas de cadernos de “fofoca” com imagens de R10 na noite, tornaram-se bem mais frequente do que nos cadernos de esportes. Na ultima sexta-feira, a dois dias do clássico contra o botafogo, enquanto qualquer atleta, verdadeiramente profissional, estaria descansando para a partida Ronaldinho Gaúcho foi flagrado chegando às cinco da manhã numa boate. Fato este que, após a péssima atuação diante do glorioso, foi lembrado e despertou a fúria dos torcedores.      
Qualquer jogador deve gozar livremente de sua vida pessoal, e o clube e a mídia não têm nada a ver com isso, desde que garanta o seu rendimento dentro de campo durante o jogo. Não é só comparecer no horário agendado. O jogador é pago, e bem, para desempenhar o seu melhor papel, e não pode deixar que fatores extra campo atrapalhe isso. Para mim a preferência de Ronaldinho pelas baladas, invés de um futebol de ponta, ficou clara desde o momento em que deixou de lado um projeto profissional bem mais firme, em privilégio de morar numa cidade mais atraente. Falo isso sem menosprezar o Clube de Regatas do Flamengo, apesar de palmeirense, respeito muito esta instituição, mas foi uma analise feita também por outros comentaristas esportivos.
O excesso de baladas já faz a diretoria do clube buscar um diálogo afim de que o craque “manere” um pouco. Caso R10 continue neste ritmo, não vejo outra saída se não a proposta pelo comentarista do SPORTV, Telmo Zanini, que o Flamengo negocie com a CBF a mudança de horário dos seus jogos para as 5h da manhã, assim quem sabe o R10, em horário favorito, volte a brilhar.

Por Dérek Sthéfano

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