Estou rouco, com um braço dolorido e a boca cortada. Mas estou muito feliz, e explico o porquê. A rouquidão vem dos gritos de gol e de É CAMPEÃO ao fim da partida; o braço dolorido é de tanto rodar o manto sagrado com a cruz de malta que trazia comigo e a boca cortada é de um desconhecido que, na euforia da comemoração, me acertou um “murro involuntário” ao tentar me abraçar. Mas tudo bem, naquele momento tudo era alegria.
Eu poderia aqui escrever um texto sobre o título vascaíno, os méritos do clube por esta conquista ou sobre qualquer coisa sobre a final da Copa do Brasil. Mas o que quero é apenas usar este fato para falar de algo maior: a beleza do futebol. Beleza esta que eu resumo na última frase do primeiro parágrafo: tudo era alegria.
Assisti o jogo no bar da torcida organizada do Vasco, a Força Jovem de Teresina. Não consegui um lugar dos melhores, mas me posicionei em uma calçada alta onde eu poderia acompanhar o jogo no telão e aproveitei pra observar também as reações do público. Um lugar onde a torcida se aglomera é perfeito pra ver o que o futebol representa.
Do meu lugar, vi a euforia de centenas de pessoas com um gol no início do jogo. Vi as mesmas pessoas roendo unhas e fazendo caretas apreensivas quando o time curitibano virou o placar. Vi nova explosão de alegrias no empate, e vi novamente a preocupação quando, com um golaço, O Coritiba tomou a frente novamente e ficou a um passo de estragar a festa vascaína. Essa apreensão que se estenderia pelos últimos 20 minutos, que com certeza estão entre os mais tensos da minha vida.
E é justamente essa capacidade do futebol de gerar um mix de emoções tão intensas, da euforia descontrolada ao quase desespero, que o torna tão bonito e marca da cultura nacional. É lindo ver uma aglomeração de pessoas cantando hinos para um objeto de admiração em comum. É lindo ver desconhecidos se abraçando, chorando e rindo, como se fossem velhos amigos se reencontrando após muitos anos. E na verdade era isso mesmo.
Era a torcida vascaína se reencontrando com uma velha amiga: a alegria de ser campeã. A alegria que faz o futebol ser o que é.
Por Wenner Tito
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