domingo, 26 de junho de 2011

Que se pasó en River?

      Não, não é um pesadelo. Os torcedores do más grande de Argentina (de longe) acordarão, se é que dormiremos, na próxima segunda-feira, rebaixados pela primeira vez em 110 anos de história. Mas o que aconteceu de errado? É culpa do pênalti que El Tanque Pavone desperdiçou no segundo tempo? É culpa do juiz que não marcou um dos pênaltis mais claros da história? É culpa de Passarela, de J.J. Lopez ou dos jogadores?
     Não. A culpa é da antiga administração do clube. José Aguilar, o homem que afundou nossas canteras. River Plate para quem acompanha o futebol argentino nas duas últimas décadas é sinônimo de formação de craques. Das bases saíram jogadores como Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Pablo Aimar, Javier Saviola, Andrés D’Alessandro e Gonzalo Higuaín. Dos nossos rivais do Boca, na mesma época só saíram Carlitos Tevez, Nicolás Burdisso e Fernando Gago. Pois Aguilar cometeu a tirania de começar a vender nosso futuro em fatias que rapidamente se colavam na Europa, no México e em outros países da América do Sul. Craques que viravam piscinas, ginásios, times de outras modalidade e que principalmente enriqueciam Aguilar e seus companheiros.
    Dessa improbriedade os tricolores cariocas podem agradecer por ter Darío Conca. Considerado promessa no clube, rapidamente foi fatiado sem sequer ter jogado partidas no profissional. Os mexicanos levariam Damián Alvarez que levantaria títulos e mais títulos com o Pachuca. Mussachio, que hoje é titular no bom time do Villarreal da Espanha. E assim o patrimônio Millonário era leiloado e fatiado.
    Em 1996, os referentes do River eram Yepes – Almeyda – Sorín – Francescoli – Ortega –Crespo. Já em 1998/1999 tivemos jogadores do nível de Ayala, Gallardo, Saviola e Aimar. Destes, todos ou foram formados no River ou foram contratados de equipes menos expressivas. Nos anos 200 vemos um contexto que mudou. Apesar de termos um time excelente em que estavam Demichelis- Mascherano – Cavenagui – Maxi Lopez – D’Alessandro o os últimos dois bons times já mostravam que o clube se subjugava ao interesse dos empresários. Em 2006, formamos um excelente time que entre os dois referentes estavam atuais membros do sensacional Porto desta temporada: Fernando Belluschi e Falcão García. Estes, somados a Gallardo e Higuaín formavam um bom time. Entretanto, a contratação de Belluschi foi extremamente cara. Porque não conseguíamos mais revelar um jogador desse nível? No título de 2008, os referentes eram Carrizo – Ferrari – Buonanotte – Ortega – Alexis Sanchez – Loco Abreu. Destes seis jogadores citados, apenas metade foi revelada nas canteras do River.
    Paramos de valorizar nossos juvenis, esse foi o problema. Apenas com a chegada de Passarela à presidência vimos uma mudança de posição. Apesar da imensa crise financeira, El Kaiser não quer vender nossas duas jóias: Lamela e Lanzini.
     A grandeza do River está dentro de si, o gigante irá continuar a se reerguer com a volta dos tempos em que a base é o principal foco voltaremos a ser um dos maiores da América. E não vai demorar, somos campeões em praticamente todas as categorias de base da Argentina.

Por Nicolas Barbosa

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cartolas Jogo Sujo: Uma série sem muitas alegrias...

“Neste Brasil corrupção
Pontapé bundão
Puto saco de mau cheiro
Do Acre ao Rio de Janeiro”

      

Para muitos, a corrupção está presente em nosso país deste que o Brasil é Brasil. Nesta linha, não é nada surpreendente que o maior esporte do país, responsável pela movimentação de bilhões de reais, anualmente, e, com um impressionante poder de mobilizar massas, também seja marcado por corrupção e jogo de influencia.

O baixinho Romário, ex-jogador da seleção brasileira, ídolo nacional e, hoje, deputado federal, impressionou muita gente ao declarar publicamente que, “definitivamente, existe uma quadrilha no futebol”. Acredito que quando uma figura da imagem e respeito que tem Romário vem, enfaticamente, expor uma situação como esta é porque já está horrivelmente sombria.

Nas ultimas semanas, o Jornal da Record traz aos seus telespectadores uma série de reportagens que levantam diversas suspeitas e, porque não, acusações contra alguns dos principais dirigentes do futebol brasileiro. Intitulada de Cartolas Jogo Sujo”, a série abarca casos de recebimento de propinas, lavagem de dinheiro, envolvimento de cartolas com grupos “obscuros”, jogo de influencias, máfia na venda de ingressos e muitas outras denuncias ligadas aos administradores do nosso futebol.

Mesmo com qualquer ressalva a ser feita, por interesses que possam estar por trás da emissora de Edir Macedo. Temos de notar que é através destes “duelos” entre os meios hegemônicos que seus podres tem aparecido com mais clareza a todos. Dessa forma, pode-se questionar, por exemplo, que a emissora não teve como principal objetivo a defesa do interesse publico e, sim, atacar “rivais” por interesses particulares. Mas simplesmente desqualificar estas denuncias, seria desqualificar problemas históricos e que só agora tem ganhado mais respaldo.

 

Ricardo Teixeira da CBF

 

O presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, é o investigado na primeira reportagem da série. Teixeira já havia sido tema de uma reportagem da rede inglesa BBC, sobre corrupção na FIFA. Recebimento de propina e lavagem de dinheiro são algumas das acusações. Veja... 

 


 Andres Sanches do Corinthians

 

A segunda reportagem gira em torno da figura de Andrés Sanchez, presidente do Sport Club Corinthians Paulista, na qual é abordado do processo que levou Andrés à presidência do clube, envolvimento com máfias, até as relações de Sanchez com o presidente da CBF que, dentre outras coisas, teria culminado em benefícios para a construção do estádio corintiano e em sua escolha como sede da abertura da Copa de 2014.

 

 

Trambiqueiros e oportunistas

 

A falta de assistência da CBF para com os clubes menores, principalmente do Nordeste, é um dos temas desta terceira reportagem. Alem disso, os altos investimentos e isenções fiscais aplicados com as obras da Copa, seu possível retorno esportivo, e o envolvimento de políticos e empresários são investigados. Quem são os verdadeiros beneficiados?

 

 

 A máfia dos ingressos

       

        A sua alegria de entrar no estádio, mais de coração, é alegria de outros por outras razões, digamos, mais de bolso. O desrespeito que sentimos na pele, em fatos que explicam um pouco de sua existência. O campeão brasileiro de 87 e a transmissão dos próximos brasileiros. Indigne-se, com este esquema!

 

 

Vamos mudar isto?!

 

            Diante de toda esta sujeira, é normal nos perguntarmos, o que podemos fazer? Isso algum dia vai mudar?

Hoje vivenciamos um estagio social em que a todo instante somos convencidos de nossa impotência, a realidade é intocável, as coisas são, e continuarão sendo sempre assim. Há muito convivemos com esse “fatalismo”, e não é nada fácil lutar contra isso. Precisamos transformar nossa indignação num impulsionador de lutas por transformações. A partir da atuação conjunta poderemos, sim, mudar este fatalismo e esta sujeira em que se encontra não só o futebol, mas diversos campos sociais.

Com esta visão, construo a Associação Nacional de Torcedores, ANT, entidade que luta não só contra todas estas falcatruas presentes hoje no futebol, mas que vai alem disso. A ANT se norteia “em 7 pontos, para homenagear garrincha, a alegria do povo”, organizando-se dentre outras pautas contra a elitização presente neste mundo futebol-negócio, que o futebol seja entendido enquanto cultura do povo. Conheça melhor nossos posicionamentos e venha construir com a gente, seja mais uma formiguinha. 

 

Acesse: www.torcedores.org.br

 

Por Dérek Sthéfano

quinta-feira, 23 de junho de 2011

É quinta!

Hãm? Foi verdade? Ainda escuto o apito...

Minha TV estava meio embaçada, mas eu vi. Nós vencemos. "Agora quem dá bola é o Santos... O SANTOS é o NOVO CAMPEÃO!" 

E já é quinta...  Estou sem voz, estou cansado, mas um cansaço diferente, um cansaço de alguém disposto... Não cabe tanta alegria no meu peito. Hoje me sinto no direito e no dever de vestir preto e branco... E cumprimentar a todos com um largo sorriso e dizendo: "Sou TRI". 

Hoje nem o meu chefe vai me deixar irado, se meu cachorro comer meu sapato de novo eu irei rir. Se ontem eu estava quieto, hoje eu devia gritar... Mas, cadê a voz? Gritei ontem: "Sou TRI".

Neymar, moleque, Ganso, genial e toda a meninada da vila vão voar rumo ao Mundial... (rima barata, sim.) E que venha o Barcelona! Messi, Iniesta, Xavi que se cuidem... Hoje me sinto poderoso.


Se eu fiquei nervoso? Fiquei. E aquele gol contra... Meu Deus!E os gols perdidos? Que agonia! 

Mas, nós somos/fomos melhores... os melhores DA AMÉRICA. Campeões da Libertadores da América... O último foi Pelé, ontem foi Neymar... E assim segue... Prestarão atenção? O céu está mais azul... Talvez, eu esteja mais bonito. Mas, com certeza a América está alvi-negra e praiana.


Por Pryscila Silva

P.S.: Parabéns, Santos! Tri-campeão da Libertadores!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

É quarta!

          Hoje acordei e era quarta. Uma quarta qualquer... um dia qualquer... mas, não um momento qualquer. Fiquei imaginando como seria meu dia. Café, almoço, jantar... Um café qualquer, pão e leite, um almoço qualquer, arroz e feijão, mas não um jantar qualquer...

        Pensei em tudo o que tinha que fazer, mas algo era diferente. Sei lá, o céu estava mais azul? Minha roupa estava mais bonita? Ou a esperança se vestia em duas cores?

      Tentei não pensar naquilo, tentei não falar naquilo... sempre quieto. Enquanto vozes a minha volta entoavam palavras de confiança, algumas de desinterresse e outras de "mau agoro" porque "rir da desgraça alheia é necessário" mesmo que ela ainda nem tenha se concretizado.

      Tentei fazer tudo rápido, mas porque logo hoje tanta coisa pra fazer? Meu Deus, é quarta... não é segunda nem sexta. É QUARTA!

       O dia passou tão vagarosamente quanto poderia, perdi as contas de quantas vezes olhei o relógio e parecia que todos estavam sem bateria... Que lerdeza!

         Mas, finalmente cheguei em casa... E cheguei na hora. Cheguei antes da hora... E espero.

         Meu Deus, começou! Finalmente chegou... É bonito... é brilhante.... é emocionante. Eu vejo, eu escuto. Eles gritam e parecem tão perto, mas estou tão longe... Eu estou lá ou me sinto lá. É verde... Não! É preto e branco e tem cheiro de mar, jeito de vila...  Eu só escuto: "Glorioso Alvi-Negro praiano..."
Soou o apito...


Continua[...]


Por Pryscila Silva

P.S:Pequena crônica feita por alguém que nunca viu seu time na final da  libertadores, imaginando-se no lugar de um santista... Boa Sorte Santos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

DJ, Samba, Funk, Balada, Mulheres, madrugadas agitadas... Cadê o futebol Ronaldinho?

12 de janeiro de 2011, Gávea, Rio de Janeiro. Uma das maiores contratações da historia do futebol brasileiro é apresentada em sua nova casa e a sua mais nova legião de fãs, como afirmava o clube era “o maior jogador do mundo, se encontrando com o maior time do mundo”. Um extraordinário jogador e pop star do marketing, ídolo da juventude, carismático, recepcionado numa belíssima festa proporcionada pela Nação Rubra Negra. Samba, alegria e futebol, numa tarde calorosa no Rio...
  
Mas, antes daquele oba, oba! Daquela euforia, de toda a grandeza que representava o momento, palmeirenses, gremistas, e alguns corintianos, também sonharam em vivenciar aquela festa num outro espaço. Durante algumas semanas milhões de torcedores experimentaram um vastíssimo repertório de emoções...
Intrigas e amores, emoção e falsos anúncios, expectativa e frustração, churrasco e mais churrasco, um showzinho de Amy Winehouse no meio da angustia, depois mais churrasco e mais reunião, dinheiro e mais dinheiro. Foi assim, somente depois de uma novela à La Mexicana, que Ronaldinho Gaucho finalmente desembarcou no Clube de Regatas do Flamengo.
A negociação de R10 e Assis, irmão e empresário do jogador, com os clubes interessados foi voltada de controvérsias, durante toda a negociação três clubes afirmavam ter acertado com o empresário a contratação do jogador. Vira e mexe soava, de todos os lados, um “só falta anunciar”. A todo o momento o leilão, como muitos passaram a chamar a negociação, pendia para um lado diferente. E, no final, não faltaram acusações de que Assis estava usando os clubes de forma “imoral”, apenas para levantar a proposta pelo jogador, mesmo já tendo decidido qual rumo seguiria. Assim, duras críticas foram feitas ao fato do empresário negociar com três, ou quatro, grandes clubes ao mesmo tempo.
Certo é que os amantes do futebol não aguentavam mais esperar pelo final daquela novela. Todos queriam ver o craque em campo...
Apita pela ultima vez, neste domingo de clássico, o jogo entre Flamengo e Botafogo termina 0 a 0. Alguns minutos antes... Uuuuuuuuuuuu Uuuuuuu as vaias ecoam no engenhão. Ronaldinho é substituído por Negueba e a torcida não perdoa a péssima atuação do R10. Para a grande maioria dos torcedores, este zero do placar final, bem que poderia ser a nota atribuída a ele no clássico. Pera aí, se o time quase todo foi péssimo por que só vaiou o Gaúcho? Temos que voltar um pouco no tempo.
Quando ainda decidia pelo seu futuro, muitos da imprensa afirmavam que Assis queria que ele fosse para o futebol paulista, no caso o palmeiras, por entender que profissionalmente traria mais frutos, por causa da estrutura e do futebol mais “firme” comandado por Felipão. No entanto, Ronaldinho, amante do bom e velho samba, preferia a cidade maravilhosa, um lugar mais tranquilo, em relação à estressante vida na capital paulista, Rio onde mora o seu filho, Rio do Flamengo, clube de maior torcida do país que poderia lhe dar um status maior de ídolo nacional, e, claro, o berço do samba, paixão nunca escondida pelo atleta.

O problema é que o entusiasmo inicial da torcida foi passando, o louros advindos do marketing nunca apareceram na medida esperada, os resultados do time em campo ainda muito longe da esperança depositada pelos torcedores, exemplo disso foi a eliminação prematura para o Ceará na Copa do Brasil, e, ainda, o futebol apresentado pelo jogador foi ficando cada dia mais escasso, para não dizer pífio.
Além disso, para completar, as baladas foram aumentando. Capas de cadernos de “fofoca” com imagens de R10 na noite, tornaram-se bem mais frequente do que nos cadernos de esportes. Na ultima sexta-feira, a dois dias do clássico contra o botafogo, enquanto qualquer atleta, verdadeiramente profissional, estaria descansando para a partida Ronaldinho Gaúcho foi flagrado chegando às cinco da manhã numa boate. Fato este que, após a péssima atuação diante do glorioso, foi lembrado e despertou a fúria dos torcedores.      
Qualquer jogador deve gozar livremente de sua vida pessoal, e o clube e a mídia não têm nada a ver com isso, desde que garanta o seu rendimento dentro de campo durante o jogo. Não é só comparecer no horário agendado. O jogador é pago, e bem, para desempenhar o seu melhor papel, e não pode deixar que fatores extra campo atrapalhe isso. Para mim a preferência de Ronaldinho pelas baladas, invés de um futebol de ponta, ficou clara desde o momento em que deixou de lado um projeto profissional bem mais firme, em privilégio de morar numa cidade mais atraente. Falo isso sem menosprezar o Clube de Regatas do Flamengo, apesar de palmeirense, respeito muito esta instituição, mas foi uma analise feita também por outros comentaristas esportivos.
O excesso de baladas já faz a diretoria do clube buscar um diálogo afim de que o craque “manere” um pouco. Caso R10 continue neste ritmo, não vejo outra saída se não a proposta pelo comentarista do SPORTV, Telmo Zanini, que o Flamengo negocie com a CBF a mudança de horário dos seus jogos para as 5h da manhã, assim quem sabe o R10, em horário favorito, volte a brilhar.

Por Dérek Sthéfano

domingo, 19 de junho de 2011

Êêê saudade!

Nesta segunda faz um ano que os brasileiros vibravam com mais um jogo da Seleção na Copa do Mundo, depois de uma vitoria magra contra a fraca Coréia do Norte os torcedores temiam a poderosa Costa do Marfim, de Didier Drogba e Cia. Mas, no fim, independente do resultado, tudo era uma grande festa.
O mais fascinante de uma Copa do Mundo é o clima que este evento ajuda a criar, mesmo os que gritam para o mundo que não gostam de futebol não resistem a uma Copa. Mulheres, crianças, jovens, idosos todos viram comentaristas de futebol e durante os 90 minutos voltam suas atenções para a partida, além disso, aqui vale o velho clichê: são 190 milhões torcendo por um único time, uma única camisa. Em meio a denuncias de corrupção na FIFA, segredo nos valores das obras para a Copa do Mundo no Brasil e atrasos que parecem premeditados é nesse clima que eu vou buscar “gás” para continuar empolgado com a idéia de sediarmos uma Copa.  
    Mas, vamos abrir o túnel do tempo e voltar um ano...
Enquanto os jogadores brasileiros não apanhavam conseguiam jogar bem e empolgavam a torcida brasileira.

Vale destacar que foi neste jogo que o Kaká nos apresentou sua versão “bad boy”...

E nosso querido treinador nos deu uma grandiosa mostra de cavalheirismo durante a entrevista coletiva.


 JABULAAAAAAAAAAAAAANI.... 


Êêê Saudade! 
Por: Luiz Júnior

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Por favor, FIFA, me deixe saber para onde foi o meu dinheiro...

Façamos assim, chego em sua casa, expulso alguns dos seus familiares, que para mim não deveriam estar ali, reformo tua casa a partir das minhas necessidades, gastando quanto quiser do teu dinheiro e, para o teu bem, não deixo tu saber nem quanto gastei. tudo bem?
O que parece inaceitável à primeira vista, na prática é exatamente o que acontece quando um país é escolhido para que receba a Copa do Mundo de futebol. Após conceder ao país a “oportunidade” de realizar o torneio, a Federação Internacional de Futebol Association – FIFA –, entidade máxima do futebol mundial, faz uma série de exigências que nem sempre condizem com a realidade do país que se propõe a tal tarefa, e muito menos visam apenas interesses esportivos.
Em 2014 a Copa do Mundo será realizada no Brasil, mas aqui a promessa era que tu seria diferente, nada de dinheiro público para estádios, nada de benefícios “extras” para empresas privadas, o dinheiro público só poderia ser gasto com obras de beneficio público, hospitais, transportes, educação etc.
Entretanto... As obras começam a atrasar, as empresas que bancariam os gastos dos estádios não aparecem como esperado, a FIFA começa a pressionar. O Brasil será capaz de receber um Megaevento? Ou iremos pagar este “mico”?!
Precisamos voltar um pouco antes da escolha do Brasil enquanto sede. Já no fim de 2007, vários dirigentes foram à mídia pressionar o governo brasileiro pela falta de agilidade nas obras, pois, segundo eles, realizar uma Copa do Mundo “é um problema de Estado”. Em entrevista ao jornal F. de São Paulo, o diretor de relações internacionais da Federação Italiana, Sergio di Cesare, declarou que "o Brasil tem o melhor futebol do mundo e poderia, claro, organizar de novo uma Copa, mas um evento desta magnitude depende antes de tudo de apoio do governo”. 
Declarações que entravam em total contraste com o discurso oficial adotado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e pelo então presidente Lula, que afirmavam que esta seria a “Copa Privada”, sem uma participação direta de investimentos públicos em estádios, ou objetos particulares. Assim, “o dinheiro do povo deveria ser gasto com obras para o povo”.
Porém, não é o que se ver. Já foram gastos milhões de reais em reformas de estádios, por exemplo. Mas o que fez o poder público mudar até o seu discurso? Lembram das pressões pelo “atraso” das obras? A impossibilidade de realizar um grande evento? Enfim, o clima de catástrofe criado com as construções? E o tal “Espírito do brasileiro” de deixar tudo para ultima hora, e, assim, burlar regras?
Tudo isso tem sido usado para justificar a necessidade de investimentos do Estado em obras que apenas pessoas e organizações especificas serão beneficiadas, ausência de maior fiscalização das obras públicas, remoções injustificadas de milhares de famílias,  concessão de isenção fiscal acima do normal junto com a liberação de capital, sem muitos tramites, para que as empresas acelerem as obras, dentre outras medidas já vem sendo adotadas para que possamos receber o torneio.
Medidas que trazem questionamentos quanto a quem são os verdadeiros beneficiados com estes Megaeventos esportivos, e que papel estes eventos cumprem.
É dessa forma que, por exemplo, tem-se transformado os estádios em modernas Arenas multiuso. Somente nas reformas do Maracanã, Mané Garrincha e do Mineirão, e na construção da Arena de Manaus, serão gastos mais de R$3 bilhões dos cofres públicos, segundo o ultimo levantamento. O que traz alguns questionamentos sobre que retorno real estes estádios darão após a Copa do Mundo, sendo que, por exemplo, Manaus e Brasília, hoje, se quer tem times na primeira divisão do Campeonato brasileiro. Alem disso, estas arenas encarecerão bastante o valor dos ingressos o que exclui, cada vez mais, grande parte da população brasileira dos estádios.
Não bastasse estas ações, o governo quer afastar de vez a participação da população do processo de construção destes eventos, excluindo até mesmo a possibilidade de acompanhar os gastos que serão feitos pelo Estado para a realização dos mesmos. Nesta semana, foi aprovado o texto básico para a medida provisória (MP) 527, que cria o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) específico para as obras para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio, na qual está incluso a manutenção do sigilo do orçamento dos dois eventos. Caso seja mantido, a população não terá acesso aos gastos oficiais da União para a realização dos eventos. E, ainda, usando como justificativa “o interesse da Sociedade” para a utilização do sigilo, como afirma a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. 
A partir das ações já iniciadas até aqui fica claro, a que interesses estas medidas realmente representam, deixando as verdadeiras necessidades da sociedade de lado, a mercê dos objetivos puramente mercadológicos que os Megaeventos esportivos apresentam hoje. 
Com este modelo, a Copa tem que ser bancada pela iniciativa privada, pelos bancos, assim, os bancos bancam todas as bancas da FIFA. E, a FIFA mediria mais as suas bancas, antes de querer bancar de moderninha exigente.

Por Dérek Sthéfano

terça-feira, 14 de junho de 2011

Futebol das Cores

Que as cores carregam significados intrínsecos não é nenhuma novidade. No futebol, como não deveria deixar de ser, as cores de um time carregam força, remetem tradições e tornam o espetáculo mais bonito e mais importantes. Mais importantes? Sim, mais importantes e é sobre isso que vou me adentrar mais nesta postagem.

Qual é o maior clássico do Rio de Janeiro? Qualquer brasileiro em sã consciência responderia que é Flamengo e Vasco. Os dois têm mais títulos nacionais e internacionais que seus rivais Fluminense e Botafogo e têm mais torcida. Mas porque diabos toda vez que se fala em clássico carioca mundialmente se fala em FlaFlu? Ah meu caro leitor é simples. Compare o Maracanã pintado de Vermelho, Branco e Preto com um outro “mosaicado” pelo Grená,Verde, Vermelho e Preto. A beleza de um FlaFlu engrandece  o clássico e o torna assisti-lo um objeto de desejo de qualquer gringo.

A oposição entre as cores azul e vermelho também alimentam as paixões por rivalidades mundo a fora. Dando uma chegadinha em Milão, uma vez o San Siro é Azul, outra vez é Vermelho. A contraposição entre o Celeste que deriva das realezas e o Rubro que representa o sangue do povão também tem seu duelo nas Américas. A Geral do Grêmio é Azul e a Camisa 12 do Inter é Vermelha. Nos clássicos é muito bonita a contraposição entre os vários pontos do estádio.

Mas existe uma cor que está na moda há algum tempo na América. É o Dourado. Dois times tem alimentado a paixão de um povo que sempre associou essa cor à sua história: O Boca Juniors e o Peñarol. Os bosteros (vou chamar o Boca assim, pra entender é só entrar no meu perfil) conseguiram infinitos admiradores por todo o continente não só por seu domínio na última década, mas muito pelo dourado. O azul-ouro dos xeneizes cativa o sul-americano. Sobre o Peñarol não preciso relembrar muito do passado, estamos vendo sua glória. Eles não se vestem de amarelo e preto, eles são os carboneros, uma palavra formada por composição por aglutinação que vem de carbon e oro

A bandeira más grande del mundo é carvão e ouro

  
 Por Nicolas Barbosa

domingo, 12 de junho de 2011

A alegria, a verdadeira beleza do futebol


Estou rouco, com um braço dolorido e a boca cortada. Mas estou muito feliz, e explico o porquê. A rouquidão vem dos gritos de gol e de É CAMPEÃO ao fim da partida; o braço dolorido é de tanto rodar o manto sagrado com a cruz de malta que trazia comigo e a boca cortada é de um desconhecido que, na euforia da comemoração, me acertou um “murro involuntário” ao tentar me abraçar. Mas tudo bem, naquele momento tudo era alegria.

Eu poderia aqui escrever um texto sobre o título vascaíno, os méritos do clube por esta conquista ou sobre qualquer coisa sobre a final da Copa do Brasil. Mas o que quero é apenas usar este fato para falar de algo maior: a beleza do futebol. Beleza esta que eu resumo na última frase do primeiro parágrafo: tudo era alegria.
Assisti o jogo no bar da torcida organizada do Vasco, a Força Jovem de Teresina. Não consegui um lugar dos melhores, mas me posicionei em uma calçada alta onde eu poderia acompanhar o jogo no telão e aproveitei pra observar também as reações do público. Um lugar onde a torcida se aglomera é perfeito pra ver o que o futebol representa.

Do meu lugar, vi a euforia de centenas de pessoas com um gol no início do jogo. Vi as mesmas pessoas roendo unhas e fazendo caretas apreensivas quando o time curitibano virou o placar. Vi nova explosão de alegrias no empate, e vi novamente a preocupação quando, com um golaço, O Coritiba tomou a frente novamente e ficou a um passo de estragar a festa vascaína. Essa apreensão que se estenderia pelos últimos 20 minutos, que com certeza estão entre os mais tensos da minha vida.

E é justamente essa capacidade do futebol de gerar um mix de emoções tão intensas, da euforia descontrolada ao quase desespero, que o torna tão bonito e marca da cultura nacional. É lindo ver uma aglomeração de pessoas cantando hinos para um objeto de admiração em comum. É lindo ver desconhecidos se abraçando, chorando e rindo, como se fossem velhos amigos se reencontrando após muitos anos. E na verdade era isso mesmo.

Era a torcida vascaína se reencontrando com uma velha amiga: a alegria de ser campeã. A alegria que faz o futebol ser o que é.

Por Wenner Tito

domingo, 5 de junho de 2011

Cadê a Seleção do Povo?

O que você faria com R$150? Talvez você se pergunte qual o objetivo de uma pergunta como esta em um blog esportivo, correto?!  Talvez você imagine que seja algo relacionado ao preço da camisa de seu time de coração. Ou irei falar sobre alguma contratação esquisita, ou relacionada ao salário de algum jogador de time pequeno... Nenhuma das alternativas está correta. R$ 150,00 este era o valor mínimo para quem quisesse ver o Brasil em campo contra a Holanda, na cidade de Goiânia. O torcedor que quiser um lugar um pouco mais confortável no estádio deveria desembolsar R$340,00 para as cadeiras, ou até R$ 800 para o setor Vip. Entre os cambistas, os ingressos de arquibancadas não saiam por menos de R$ 300.
Vejamos bem, hoje, estes R$ 150,00, do menor valor, representa quase 30% do salário mínimo nacional que é R$545,00. Com isso, a maioria da torcida brasileira que quiser ver um jogo deste terá que ir para arquibancada, e se virá para sustentar a família com os R$395,00 restantes, desde que não vá a nenhum jogo do time de coração, que no brasileirão deste ano o preço mínimo do ingresso custa em média R$40,00. Caso não resista, e resolva ir a apenas um jogo do time de coração lhe sobrará R$355,00 para passar o resto do mês, e não estou incluindo alguns castos resultantes dos jogos, transporte, lanche dentre outros, dependendo dos gostos de cada um.
E não foi um “privilégio” dos goianos pagar por ingressos salgados para ver a seleção canarinho. Em São Paulo, para o jogo da proxima terça, a média de preços varia entre R$140,00 e R$350,00, para quem quiser acompanhar a despedida de Ronaldo, o Fenômeno, da seleção. Ronaldo não seria o craque do povo também? Sei que o fenômeno não tem decisão sobre a definição do preço dos ingressos, isto é apenas um elemento a ser problematizado.
 “A CBF não tem participação na definição desses ingressos. Esse jogo, apesar de envolver a Seleção Brasileira, foi terceirizado para uma empresa de marketing esportivo, que é a detentora dos direitos comerciais do jogo, como placas, ingressos, toda a parte comercial. É a Kleffer Marketing Esportivo que designou o preço dos ingressos, a princípio era R$110 reais e para a nossa surpresa, houve uma nova avaliação”. Quando vemos declarações como esta, percebemos de forma cada vez mais clara quem são os verdadeiros beneficiados com estes jogos.  Ficando a mercê dos critérios obscuros destas empresas a definição sobre o acesso, ou não, do povo ao seu espetáculo.
Estamos prestes a receber uma Copa do Mundo, e Arenas faraônicas estão sendo construídas. Bilhões de reais dos cofres públicos têm sido destinados a estas obras, sem que se tenha um minimo esclarecimento sobre a verdadeira função social destes Megaeventos. Será que a população não merece uma concreta justificativa sobre o por quê de tanto dinheiro estar sendo destinado para estes eventos, para, a partir daí, refletir sobre para quem tem sido construído estes espetáculos...
Sonho com o dia em que o futebol volte a ser encarado enquanto cultura de todos, um espaço onde todos independente de raça, credo, condição social, se reuniam sob as mesmas condições, para torcer, chorar, se angustiar, vibrar. Enfim, que os estádios de futebol voltassem a ser um espaço que todos pudessem saborear a arte, o espetáculo que é o futebol.
Enquanto isso fica o questionamento, se o futebol é o esporte do povo no Brasil, por que o povo tem sido excluído dos estádios dessa forma? Como indagou Lucio de Castro, jornalista da ESPN, onde ficarão os setores populares nestas novas Arenas? Quem poderá pagar por estes ingressos?

Por Dérek Sthéfano

sábado, 4 de junho de 2011

Deja vú!?

Bem amigos do Morte Súbita! Hoje teremos o "remake" daquele fatídico jogo das quartas de final da Copa do mundo na África do Sul. Um Holanda x Brasil em que a "profecia" de um país inteiro se cumpriu. Um jogo que Felipe Melo, Dunga e nós jamais esqueceremos.

Claro que é outra seleção brasileira em campo, outro técnico no banco, é outra situação: Um amistoso. Mas, ainda tem aquele 'gostinho', lá no fundo, de revanche... Como se a "vingança" pudesse voltar o tempo e fazer com que tudo aquilo não tivesse acontecido. Já não é mais um Holanda x Brasil, mas um Brasil x Holanda.

Esse jogo será um ótimo teste para seleção de Mano que ainda precisa de uma cara, um estilo de jogo melhor definido, mas que tende a uma seleção ofensiva, pra frente e não poderia ser diferente quando se tem Neymar. E tão importante quanto o teste é a volta do Brasil ao Brasil. Outro dia li uma piada no twitter (desculpem, não lembro quem postou) que dizia: "Se o Brasil jogasse contra o Arsenal no estádio do Arsenal seria jogo com campo neutro!?" o que mostra às vezes o distancia que há entre a seleção e o seu país.

Brasil x Holanda poderá (e tem tudo pra ser) um bom jogo: Um amistoso!? Oficialmente sim, na prática talvez. Lembram daquele 'gostinho' de revanche!? A derrota é amarga. A vingança é doce. E tudo isso dará o tom para esse "Deja vú" dos gramados (como tantos outros), mas que no fim poderá ter um final totalmente diferente.


Por Pryscila Silva