quinta-feira, 31 de março de 2011

"Nem melhor, nem pior. Só diferente."

É com esse 'clichê' ou frase feita no título que começo a falar de futebol brasileiro e futebol europeu. 
Desde que me entendo por futebol escuto alguns falarem que o futebol europeu é mais evoluído, que lá jogam os melhores do mundo, tem os melhores e mais ricos campeonatos. 
Aí pergunto. Estão errados? Aí respondo. Não!
Mas, isso explica ou justifica menosprezar o futebol brasileiro ou sulamericano?

Eu, pessoalmente, sou fã do futebol europeu. Um jogo técnico, bem pensado com jogadas envolventes e inteligentes. Mas, também sou fã desse futebol mais 'raçudo', mais brigado e até certo ponto violento que é o sulamericano. 

O que seria do futebol da América do Sul sem uma 'catimba'?

A diferença de 'estilos de jogo' não faz um pior nem melhor. Pode-se argumentar sobre estrutura de clubes, estádios, dinheiro e organização de campeonatos, mas quando as equipes entram em campo, parte disso é deixado de lado e alí são somente dois times em busca da vitória.

Costumo dizer toda vez que assisto ao gol do Messi contra o Getafe (se não me engano) pelo Campeonato Espanhol que "Se alí fosse um time da América do Sul ele não tinha passado do 3º homem. Ou ia ele ou ia a bola. Nunca os dois." Mas, não quero dizer com isso que temos um futebol essencialmente violento, mas de raça, que não deixa, só por ser o Messi, que alguém drible e faça um gol assim.

O que nos falta (e que os europeus tem de sobra) é ORGANIZAÇÃO. Estádios e clubes com melhores estruturas, segurança para os torcedores e punição para aqueles que não entendem a magia do futebol e pensam em fazer bagunça.

Por isso, sempre quando chega a final de Mundial Interclubes eu não vejo o europeu como franco favorito, mas, penso em um jogo de emoção onde duas 'escolas' e 'estilos' futebolísticos' se enfrentam e que sempre sai vencedor o melhor.


Por Pryscila Silva

terça-feira, 29 de março de 2011

Mais uma linda história do esporte

Escrever que o esporte é um importante meio de reunir pessoas socialmente, etnicamente, politicamente ou por qualquer outro motivo ridículo separadas, é chover no molhado. Muitas histórias já foram contadas acerca do tema, histórias que inclusive tiveram bem mais repercussão do que esse humilde blog terá. Mas, no último sábado, mais uma dessas lindas imagens foi construída. Desta vez, o futebol mostrou que pode ser um meio de unir a sociedade norte-americana.

Partida amistosa entre Estados Unidos e Argentina. O estádio de New Jersey estava lotado. Não eram os argentinos que preenchiam as arquibancadas do recinto, mas mesmo assim elas estavam tomadas por latinos que as pintavam de vermelho e azul. Os hispânicos não foram apenas para apreciar o talento de Messi, Lavezzi e Di Maria, eles estavam lá para torcer e apoiar a seleção dos Estados Unidos.

Não saiam da platéia os característicos gritos americanos, aqueles que geralmente os estudantes dos colégios brasileiros gritam em suas gincanas, secos em melodia e cheios de verborragias. Os torcedores cantavam “USA” como os sul-americano ressoam o dalli dalli.

O mais bonito é perceber que não era um grupo de “Gutierrez” cantando em apoio e por orgulho a alguns “Gonzales”, mas todos cantando por Donovan, Bradley e Altidore. Sobrenomes, origens e genealogias que se misturam também na platéia, que não ressoa tais músicas por simples cópia dos formatos latinos mas por puro sincretismo cultural.

Mais uma vez o esporte registra um momento em que mostra sua força em reunir aqueles que muitas vezes se rejeitam. Espera-se que possamos notar mais regularmente essa união entre americanos e estrangeiros nas mais diversas situações cotidianas.

Por Nícolas Barbosa

segunda-feira, 21 de março de 2011

Impressões

Assisti ontem no Estádio Albertão a River x Piauí e percebi que a linha que separa o amadorismo do profissionalismo no nosso futebol é bem mais tênue do que se imagina. Contarei um pouco desta experiência neste blog a partir de agora.
Começarei pelo Albertão que é a maior praça de esportes do Piauí e pode ser considerado a maior indicio do “zelo” que é dedicado ao esporte neste Estado. Acompanho futebol já há algum tempo e nunca vi um estádio cercado, será que sou só eu que acha aquele “muro” que rodeia o Estádio horrível? E o pior, imagine um jogo da Copa do Brasil com o estádio lotado (já que somente os jogos da Copa do Brasil têm levado bons públicos ao Albertão) e de repente acontece alguma emergência em que todo o público precise ser evacuado rapidamente, Deus ajude que algo tão sinistro nunca aconteça, mas, se vier a acontecer que Ele também ajude e aquele “muro” não esteja mais lá para atrapalhar a saída do público.
Dentro do estádio os acentos seguem o padrão da maioria dos estádios o que diferencia é a falta de manutenção, a sujeira é grande e em alguns pontos é difícil até se manter de pé face ao lodo que se espalha pelo chão.
Mas, deixemos os problemas do estádio de lado, por enquanto, e falemos um pouco da partida que para mim pareceu mais uma “pelada bem organizada”. O time do River venceu a partida por 4 a 0 o que não serve de teste para o time já que o adversário não era digno nem destes campeonatos que são realizados na periferia de Teresina, o que é lamentável já que o “Enxuga Rato” é um dos times mais queridos de nossa cidade e carrega no seu escudo o nome do nosso querido Estado. Com pouco mais de 20 minutos do primeiro tempo o River já vencia por 2 x 0 e o Piauí não dava o menor sinal de reação. O time do River demonstrava organização dentro de campo e passeava no gramado, mas, tem grande necessidade de um jogador que faça gols.
Com apito do juiz finalizando o primeiro tempo do jogo é chegada a hora de dar uma passada na “Praça de Alimentação do Estádio” que se resume a uma meia dúzia de “higiênicos” ambulantes que vendem de crepes a espetinhos de carne de procedência duvidosa, tudo sendo comercializado embaixo das arquibancadas. Nem é preciso falar dos preços inflacionados praticados pelos citados ambulantes.
O segundo tempo é reiniciado e sua tranqüilidade só é quebrada por um gol do River, uma expulsão para cada lado e pelo barulho que a torcida “Esporão do Galo” fazia. No mais o River tocou a bola (administrando a partida) e o Piauí correu atrás.   
Final de jogo e é hora de todo mundo ir para casa tranqüilo após uma divertida partida de futebol, exceto por um torcedor que teve seu boné roubado por um membro da torcida (des)organizada do River na saída do estádio e na frente de uma patrulha da austera Policia Militar do Estado do Piauí.
No mais foi tudo Lindo.              
  
Por Luiz Carlos Jr.

terça-feira, 15 de março de 2011

Que se fale a (minha) verdade

O Albertão é um dos maiores marcos da engenharia piauiense. De suas arquibancadas, torcedores viram momentos históricos do futebol local e já presenciaram a maior representação concreta da brasilidade, a seleção brasileira. Mas, há algum tempo, o futebol estadual não é digno da majestade do Gigante de Concreto e a grandeza do estádio não é saudável para as competições locais.

No último fim de semana, fui ao Albertão assistir ao clássico Rivengo. Apesar de a partida valer unicamente pela história das camisas, pois era apenas a estréia em uma competição que até o momento está recheada de juvenis, o público foi representativo comparando-se com a primeira década do século XXI. Ou seja, infelizmente, convivemos com uma realidade na qual receber cerca de mil pagantes no nosso maior clássico é representativo.

O que se percebe durante as partidas disputadas por torneios estaduais, é que o silêncio incômodo que ressoa durante a falta de jogos, que às vezes perduram cinco meses, também  polui a audição dos torcedores nos dias de jogos. Nem o grito de 90 minutos da Esporão do Galo, única torcida digna de nota do estado, faz com que a calmaria passe despercebida.

É por essa, que,humildemente, me junto ao grupo dos grandes comentaristas e, principalmente, dos grandes torcedores, aqueles que acompanham os times locais mesmo na longa seca, e choro a ausência do Estádio Municipal Lindolfo Monteiro. Apesar de ser um recinto acanhado para grandes jogos nacionais, o Lindolfinho é o local ideal para reconstruirmos os times teresinenses. Confesso com uma lágrima percorrendo o rosto, que não mais esperamos um público de mais de 40 mil como já houve nos anos 1970 e também não estou esperançoso de ver um Rivengo com mais de 20 mil pessoas como foi assistido no início da década passada.

Assim, o nosso Lindolfinho, com sua grade atrapalhando a imprensa, com os torcedores ficando praticamente junto aos jornalistas no setor das cadeiras, com a fácil invasão do gramado e com seus vestiários “saunáticos”, ainda se mostra um importante cenário onde o futebol piauiense deve brilhar.
Por Nícolas Barbosa

quarta-feira, 2 de março de 2011

Comercial–PI X Palmeiras, “o Golias”

Logo mais, às 21h50min desta quarta, voltarão a se enfrentar pela Copa do Brasil, no estádio Pacaembu em São Paulo, o atual time campeão estadual piauiense, Comercial e o poderoso e gigante alviverde do Parque Antártica. Palmeiras que veio à Teresina semana passada disposto a ‘esmagar’ o pequenino e até então desconhecido, para muitos, Comercial Atlético Clube da cidade de Campo Maior.
Alias Campo Maior é a terra de outro pequeno e também desconhecido, o Caiçara Esporte Clube, até hoje lembrado por sofrer a maior das goleadas da história dessa competição, foi em 28/02/1991 contra o Atlético-MG em que perdeu pelo placar de 11X0.
Mas o “bode piauiense”, como também é conhecido o Comercial, não tem em suas pretensões tomar de seu maior rival, Caiçara, essa desonrosa “conquista”, e sim o de ser lembrado como o pequeno time do interior do Piauí a derrubar o gigante e poderoso Palmeiras. Façanha que se acontecer não será inédita, pois em 2002 o também pequeno ASA de Arapiraca-AL, time que nunca será esquecido por nenhum palmeirense, eliminou logo na primeira fase da Copa do Brasil o grandioso Palmeiras.
Que seja inspirado no bíblico Davi e no  ASA, que o Comercial traga para casa essa tão sonhada classificação para a segunda fase da Copa do Brasil; Que será difícil não tenhamos dúvidas, mas nunca é impossível derrubar um GIGANTE.

Por Weslley Mendonça

terça-feira, 1 de março de 2011

Mais uma noite de Copa do Brasil

O torcedor piauiense estava mais motivado para a partida deste ano do que do anterior, quando o rival de um representante local também foi o Palmeiras. A esperança de novos tempos para o futebol piauiense era grande, afinal, depois de quase (ou mais) de vinte anos de Lula Ferreira no controle da Federação de Futebol do Piauí, finalmente o principal responsável pela perda de representatividade do futebol local nas últimas duas décadas havia saído.

 A nova direção da Fundação de Desportos do Piauí também carregava a esperança do povo piauiense na volta de seu futebol glorioso. Um dos mais admiráveis críticos da gestão do esporte piauiense, José Gomes, assumiu a presidência da instituição máxima do esporte no estado.

Entretanto, não se pode dizer que o torcedor tenha notado melhoras no seu tratamento durante a grande partida entre Comercial e Palmeiras. A velha dificuldade com a venda de ingressos para estudantes continuou. Apesar da boa distribuição de postos de venda, os cambistas continuaram comprando muitos ingressos. Dois dias antes da partida, já se encontrava ingressos de estudante com o preço acima do que deveria ser praticado. Valor que era praticado porque os criminosos cambistas conseguiram comprar vários ingressos que seriam destinados aos educandos.

Outro problema que não foi resolvido foi o da contagem do público que foi ao estádio Albertão. No caminho que me levava até o carro, me sobressaltei ao ouvir a informação que Dídimo de Castro forneceu através das ondas da Rádio Pioneira: 13.000 pessoas haviam assistido a partida. Como cara pálida? Alguns podem pensar: Pois então entrou muita gente de graça. No way. O mesmo Dídimo afirmou que o público que entrou sem pagar foi de pouco mais de mil pessoas (o que também é um absurdo). 

A acrescentar a tais agravantes, a fila para acessar as Arquibancadas do Albertão. A eterna desorganização da fila se agravou. A esperança de que existia alguma organização se esvaiu no momento em que cheguei próximo à entrada. Confesso que morri de medo de machucar um garotinho que estava a minha frente com o seu pai. A pressão que as pessoas faziam nas minhas costas era tão grande que fui obrigado, por inércia, a apertar a criança. Fosse a primeira vez que o menino fosse ao Albertão, acho que o susto foi grande.  


Por Nícolas Barbosa