Não foi preciso passar o primeiro mês de Libertadores para a soberba brasileira cair. Uma mescla de desconhecimento sobre os clubes dos demais países com o dogma de que, no futebol, o Brasil não pode perder, corrobora com o olhar de menosprezo que os jogadores canarinhos apresentam para os rivais continentais. Rapidamente os brasileiros pagaram por seu erro.
Na primeira fase, veio logo uma surpresa , o Corinthians, dos envelhecidos Roberto Carlos e Ronaldo, na iminência da aposentadoria, não demonstrou nenhum respeito pelo Tolima da Colômbia. Os jogadores do Timão entraram no Pacaembu com um jogo lento e sem verticalidade, acreditando que a qualquer momento abririam o placar. A consequência do mau resultado em casa veio logo depois, o time colombiano, que havia sido o melhor pontuador nos dois campeonatos locais de 2010 e que conta com bons zagueiros, o meia Elkín Murillo e um ataque excepcional, fez história, eliminou um time brasileiro antes da fase de grupos.
O Fluminense não se vacinou contra as dificuldades da Libertadores. Assim como os paulistanos, entraram no gramado do Engenhão sem demonstrar a vontade que um jogo da competição sulamericana exige. A apatia dos tricolores foi “premiada” com dois gols de cabeça de um jogador que tem menos de um metro e setenta. Durante a partida, era notável o desconhecimento que o time brasileiro tinha sobre o Argentinos Juniors. Muricy Ramalho, que nunca conquistou uma Libertadores, ou foi anulado por um treinador sem muito currículo, Pedro Troglio, pouco provável, ou não estudou o time que tem o ótimo meia Mercier, dois ótimos atacantes pelas laterais e o artilheiro paraguaio Santiago Salcedo.
O time que encarou com seriedade seu rival foi premiado. O Cruzeiro fez uma apresentação que fez com que aqueles que não respeitam sua camisa na Libertadores e seu bom time o colocassem no hall principal dos favoritos ao título juntamente com Santos, Grêmio, Internacional e o próprio rival da partida, o Estudiantes. Acostumado à competição, o time mineiro não respeitou o campeão argentino, que estava completo (Orión, Desábato, Federico Fernandez, Braña, Gaston Fernandez, Enzo Perez, Leandro Benitez e ele, Verón) e, apesar do divulgado, vinha de uma boa pré-temporada, o Cruzeiro marcou com menos de um minuto. O que fica da vitória do Cruzeiro é o espírito apresentado pelos seus jogadores. Na Libertadores, o mandante tem que imprensar o visitante nos primeiros minutos, pois estes são fundamentais para impor respeito.
Demais brasileiros
O Santos cometeu o mesmo pecado de Fluminense e Corinthians. Não sofreu a derrota, inclusive não ganhou por causa de um erro do juiz, porque o Deportivo Táchira é um time fraco.
Os tricolores do Grêmio também tiveram um compromisso fácil. Há tempos os times bolivianos são sacos de pancada na Libertadores. Apesar do país ter revelado alguns bons atacantes nos últimos anos, seus clubes ainda são uma mostra do pior futebol da América do Sul.
O Internacional pecou nas finalizações. Enfrentando o frágil Emelec, que não consegue nem disputar competitivamente o título equatoriano e ainda joga em uma cidade sem a temida altitude, o time gaúcho teve tudo para ganhar a partida.
Por Nícolas Barbosa
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