segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Primeiro as coisas primeiras.

Brasília, 1° de fevereiro de 2011 um grupo de 60 pessoas protesta contra o aumento de 62% concedido aos parlamentares no fim de 2010.
 São Paulo, 5 de fevereiro de 2011 mais de 300 torcedores comparecem ao Centro de Treinamentos do Corinthians, com faixas e gritando palavras de ordem eles apedrejaram o ônibus do time e ameaçaram os jogadores. O motivo: A eliminação do clube paulista da Taça Libertadores da América diante do modesto “Deportes Tolima” da Colômbia.
O futebol é um esporte fascinante que além de ser o principal “garoto propaganda” do Brasil mundo a fora, movimenta a economia, muda realidades e alimenta sonhos de muitos. Os brasileiros são apaixonados por futebol e todo mundo já sabe, mas, por vezes essa paixão ultrapassa todos os limites e o futebol é acaba sendo colocado à frente de outros assuntos fundamentais para a população.
Voltando um pouco no tempo chegamos ao dia 5 de agosto de 2010, o primeiro debate da campanha presidencial de 2010 era realizado pela TV Bandeirantes, uma quinta-feira, dia em que geralmente não há transmissões de futebol na TV aberta, mas coincidentemente neste mesmo dia São Paulo e Internacional de Porto Alegre duelavam pelas semifinais da Taça Libertadores e a Rede Globo sabedora da paixão do brasileiro pelo futebol e de sua falta de interesse por política (isso talvez pelos inúmeros casos de corrupção envolvendo governantes) resolveu transmitir a partida. Resultado: o São Paulo venceu o Internacional por 2 a 1. A Globo atingiu uma média de 30 pontos no Ibope, enquanto a Bandeirantes modestos 3 pontos de média. 
Quantas pessoas já foram assassinadas pelo simples fato de vestir a camisa de um time de futebol? Quantas vezes a gente sentiu vontade de matar um juiz que erra ao marcar um pênalti e agimos com naturalidade quando a policia descobre, por exemplo, que prefeitos desviaram mais de R$ 20 milhões do FUNDEB e do SUS?
Para encerrar tomo a liberdade de completar a famosa frase de um cronista esportivo de Teresina na qual ele diz: “meus amigos, Futebol é coisa séria.” e eu digo “mas, não é a coisa mais séria do Mundo.”



Por LuiZ Carlos Júnior.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Respeito é sempre bom

Não foi preciso passar o primeiro mês de Libertadores para a soberba brasileira cair. Uma mescla de desconhecimento sobre os clubes dos demais países com o dogma de que, no futebol, o Brasil não pode perder, corrobora com o olhar de menosprezo que os jogadores canarinhos apresentam para os rivais continentais. Rapidamente os brasileiros pagaram por seu erro.

Na primeira fase, veio logo uma surpresa , o Corinthians, dos envelhecidos Roberto Carlos e Ronaldo, na iminência da aposentadoria, não demonstrou nenhum respeito pelo Tolima da Colômbia. Os jogadores do Timão entraram no Pacaembu com um jogo lento e sem verticalidade, acreditando que a qualquer momento abririam o placar. A consequência do mau resultado em casa veio logo depois, o time colombiano, que havia sido o melhor pontuador nos dois campeonatos locais de 2010 e que conta com bons zagueiros, o meia Elkín Murillo e um ataque excepcional, fez história, eliminou um time brasileiro antes da fase de grupos.     

O Fluminense não se vacinou contra as dificuldades da Libertadores. Assim como os paulistanos, entraram no gramado do Engenhão sem demonstrar a vontade que um jogo da competição sulamericana exige. A apatia dos tricolores foi “premiada” com dois gols de cabeça de um jogador que tem menos de um metro e setenta. Durante a partida, era notável o desconhecimento que o time brasileiro tinha sobre o Argentinos Juniors. Muricy Ramalho, que nunca conquistou uma Libertadores, ou foi anulado por um treinador sem muito currículo, Pedro Troglio, pouco provável, ou não estudou o time que tem o ótimo meia Mercier, dois ótimos atacantes pelas laterais e o artilheiro paraguaio Santiago Salcedo.

O time que encarou com seriedade seu rival foi premiado. O Cruzeiro fez uma apresentação que fez com que aqueles que não respeitam sua camisa na Libertadores e seu bom time o colocassem no hall principal dos favoritos ao título juntamente com Santos, Grêmio, Internacional e o próprio rival da partida, o Estudiantes. Acostumado à competição, o time mineiro não respeitou o campeão argentino, que estava completo (Orión, Desábato, Federico Fernandez, Braña, Gaston Fernandez, Enzo Perez, Leandro Benitez e ele, Verón) e, apesar do divulgado, vinha de uma boa pré-temporada, o Cruzeiro marcou com menos de um minuto. O que fica da vitória do Cruzeiro é o espírito apresentado pelos seus jogadores. Na Libertadores, o mandante tem que imprensar o visitante nos primeiros minutos, pois estes são fundamentais para impor respeito.

Demais brasileiros

O Santos cometeu o mesmo pecado de Fluminense e Corinthians. Não sofreu a derrota, inclusive não ganhou por causa de um erro do juiz, porque o Deportivo Táchira é um time fraco.

Os tricolores do Grêmio também tiveram um compromisso fácil. Há tempos os times bolivianos são sacos de pancada na Libertadores. Apesar do país ter revelado alguns bons atacantes nos últimos anos, seus clubes ainda são uma mostra do pior futebol da América do Sul.
O Internacional pecou nas finalizações. Enfrentando o frágil Emelec, que não consegue nem disputar competitivamente o título equatoriano e ainda joga em uma cidade sem a temida altitude, o time gaúcho teve tudo para ganhar a partida.
Por Nícolas Barbosa